domingo, 16 de janeiro de 2011

Trop

Desceu a noite. Cedo demais.
Vida tão breve teve o sol, que levou dois dias a romper o nevoeiro. Mas esteve único, belíssimo, no céu da tarde. Por tão pouco tempo... Eu a querer que ficasse mais um pouco e ele a descer sob os meus olhos.
Lembrei-me duma canção que diz que todas as histórias de amor terminam demasiado cedo ou demasiado tarde. Aquela, a que diz les histoires d'amour finissent toujours trop tôt ou trop tard, que de vez em quando oiço mas que nunca encontrei.

[talvez não precise de saber mais do que isto, mesmo]

Vou mas...

... mas, no fundo, quero que fiques.
Não, não é dito assim, por claro. Naturalmente. Ao invés, é feito de meias palavras e de gestos incompletos que, vistos à luz crua da racionalidade mostram zero para além da cordialidade mas que à luz morna e fosca de quem gosta tem nas entrelinhas um Quero-te.
Procure cada um de nós lá no seu íntimo e diga (não a mim, quero lá saber, quem me dera dar conta do meu recado), honestamente, se nunca sentiu isto. Que, não custando largar o que (leia-se quem) já foi nosso, custa perceber que esse outro deve ser efectivamente libertado. Que merece também já não nos querer e que não deverá estar disposto a esperar sentado que para lá nos voltemos de novo.
Trocando isto por bonecos, parece-me, porque é assim que vejo, que quem quer partir mas deixar preso quem fica, se encontrará, rapidamente, como quem fique de pé, com cada um dos pés assente num barquito. Apresse-se, pois, a decidir onde quer navegar e a juntar os pés no mesmo barco. Sob pena de acabar tendo de nadar pra terra ou, pior, afogado.

[este filme passa, sempre, num cinema perto de si]

sábado, 15 de janeiro de 2011

Tomara, tomara que seja...

Quando pensava que sim, de repente descobri que não. Que não sou nada evoluída, que não cresci, que coisa nenhuma. A maioria das coisas que digo não se aplicam, a não ser à vida dos outros, que é sempre muito mais simples do que a minha.

[Voltei à estaca zero ou perto e não gosto. Ou então é do nevoeiro. Tomara...]

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Pois quero

[my life has changed since I met you]

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Coisas pequenas


Não há, para mim, grandeza que se equipare à das coisas pequenas. Pequenas coisas é outro assunto, são as que não me merecem atenção, são para esquecer. As coisas pequenas - e outras maiores, imensas algumas - são as que guardo. Os sorrisos, as mãos que se aninham nas minhas ou onde as minhas se aninham, o tempo dedicado com amor e que é revisitado com um sorriso ou uma lágrima de emoção e a garganta a apertar-se.
Saiu-me isto a propósito de uma coisa pequena de que sinto falta: as letras pequeninas, pequeninas, aqui no Blogger. Aquelas que me sabiam tão bem, deixadas no final, numa espécie de sussurro tra me e me.

Blogger, traz-mas de volta, sim?

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Note for self

Minha menina, isto acabou-se: vamos entrar na linha!

Bye bye peanut butter. Forever. Ou não.

2011

É só isto.

É muito, eu sei.

2010


Não consegui vir aqui antes. Faltou-me aquela urgência, a única coisa que me faz aqui vir. Levei dias a rever 2010 como que em curtas metragens, acho que esperava conseguir articular alguma coisa de eloquente para escrever aqui. Nada. Tudo o que revi se resume num sentimento: gratidão. Pelo que a vida me trouxe no ano que terminou. Pelo que me caiu do céu e que espero nunca deixar cair no chão. Tive o melhor do mundo - as pessoas.

Sim, tu também. Sim, tu. ; )