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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Pata na poça

Se há coisas que detesto que me aconteçam, falar ou fazer quando devia estar calada ou quieta é uma delas. Tiram-me o chão, apetece-me desandar e não voltar. Mas não é assim que se resolve o que quer que seja. Mais vale dar a cara e a mão à palmatória, pedir desculpa e fazer por aprender a lição.
O mais difícil, porém, é fazer as pazes cá dentro. Sempre.

[desconfio que vou andar de trombas o dia todo. outra asneira]

sábado, 13 de novembro de 2010

O coração é como o metro de Tóquio


Pensei que fosse elementar, que toda a gente soubesse que o coração subverte a aritmética. Pensei que fosse claro que, ao contrário das contas da primária, no amor quando se dá se fica com mais e não com menos. Achava que toda a gente sabia que no amor quando se reparte o resultado é o da multiplicação por números grandes - aumenta. Mas enganei-me.
Fazendo um desenho, o coração é mais parecido com o metro de Tóquio do que com um smart for two. No coração cabe sempre mais alguém. A única coisa que é preciso é, para quem já lá está dentro, saber conviver com quem entra.

Ou então sair na paragem seguinte.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Pecado mortal. Um deles.

Respiro. Fundo. Aprendi que a inspiração profunda e lenta, seguida da expiração ainda mais profunda e mais lenta liberta. Vão-se os humores maus.
Mentiria se dissesse que nada me mói. Mói. Mói e dói. Mas passa. E passa cada vez mais depressa porque, afinal, é a mim que compete decidir o que me ocupa e ao que me dedico. E aqui, eu escolho o que realmente importa, escolho aquilo a que chamo bem, e que é o que me acrescenta e àqueles que amo. Em felicidade.
Veio isto a propósito de uma chazada azeda e um tanto raivosa que recebi de quem quis ser tido como especial ditando regras, decidindo o que quer receber, julgando que a sua simples presença já seria motivo de gáudio e gratidão eterna aos céus. Alguém que não percebe, ainda que dito de forma clara, tão clara como um Não pode ser, que na vida das pessoas não temos o lugar que queremos mas aquele que conquistamos. Alguém que não percebe que o amor não se impõe. Pior, alguém que não entende que ao amor não se acena com promessas de vida confortável e desafogada. O amor acontece. Ou não. Apenas. E se não acontece, paciência. Aí, ou se conserva a amizade ou, se não se conseguir, porque não se ser querido por quem queremos custa muito (been there, got the t-shirt to prove it), afastamo-nos. E voltamos à vida, que é tão breve e tão preciosa para ser desperdiçada.
O que não concebo nem aceito é que quem sempre foi clara, quem sempre disse Não esperes isso de mim, passe, no momento em que por fim se faz luz, de bestial a besta. Por isso, amiguinho, faz agora comigo, sim? Breathe in, slowly, deeply... E agora... breathe out, even more slowly...
É que a raiva é constritora e mata lentamente quem não sabe lidar com ela, tá?

Para além de ser pecado. Mortal. Mesmo. Está provado.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Forró suits you better, crê-me


Fico assim, entre o cair pra trás de espanto e o escangalhada de riso quando vejo quem é egoísta e centrado no botãozinho da barriga, quem não cuida e só tem tempo para se lembrar que o outro existe quando está aborrecidinho do resto todo, vir espantar-se e indignar-se soltando Então e eu?'s e Não me disseste nada.
Haja paciência, enxergue-se!

Agora expliquem-me como é que alguém assim pode querer aprender tango. Logo tango! If only it didn't take two...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Don't


Rosno um Don't... lento e ameaçador de vez em quando no trânsito, que é onde mostramos o que somos. Mostramos aí, no futebol a que não assisto e à mesa de jogo onde em criança tentava fazer batota se me via em risco de perder. Hoje lido bem com a derrota, se esta for ditada pelos dados.
E é só.
De resto, não gosto nada, mesmo nada, de perder. Quando acontece, tolero a derrota, revejo as jogadas, preparo-me e volto à carga. Pode ser muito tempo depois, mas volto. Percebi que tenho dificuldade em esquecer e deixar passar certas coisas e disso não sei se m'orgulhe ou se m'avergonhe.
Mas adiante que me desvio. Era sobre o rosnar Don'ts que queria escrever. Porque no outro dia, depois dum desses Don't, me saíu a frase completa, o Don't touch my Breil, sussurrado como no anúncio da TV, e pensei como somos, tantas vezes, sensíveis a que mexam no nosso espaço ou nos nossos pertences.
Por isso e porque hoje levei um Don't e isso pôs-me no lugar. Cada um de nós tem pontos delicados e sensibilidades, imperceptíveis aos olhos dos outros, que, tantas vezes sem qualquer má intenção, lhes tocam e fazem mossa.
Vou estar mais atenta e ... Promise won't touch your Breil again.

Your Facebook I mean.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Isto não vai lá nem com um desenho, pois não?


Psssst!, Chega-te cá. Sim, é contigo mesmo (ou não). Agora escolhe: abre bem os ouvidos ou read my lips - enquanto lidares comigo como lidas com os "gajos" teus amigos, nunca te verei como um homem digno de tal nome, OK?

Pai Natal, ilumine estes idiotas ou tire-os do meu caminho. Sim?

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O lado B. B de Bambi.


Acho graça, juro que acho, às pessoas mentem com quantos dentes têm, dão desculpas esfarrapadas, e ainda pensam que sorriso é sinal de assentimento e que silêncio é sempre sinal de consentimento.
Não, não é. Por vezes o meu silêncio quer apenas dizer que não estou, sequer, disposta a gastar uma gota de saliva e o meu sorriso é uma forma discreta, não de me rir para ti, mas de ti. Bale, babe?

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Somatotrofina, a falta que tu fazes!


Acredito pouco em pessoas de quereres condicionais e vontades adiadas. Ou se quer ou se não quer. Quando alguém nos diz que não sabe se quer é porque não quer. Ou porque está à espera de ver como pode ganhar mais, ou perder menos ou ainda, como se fosse possível, ('tadinhos, são bambis, ainda não sabem que não é possível) ter o melhor de dois mundos.
A relação que estas pessoas geralmente têm com o fazer é outra coisa que cada vez mais me incomoda, o que faz com que as relegue para um plano pouco respeitoso. Pela utilização frequente do Eu até que queria mas não posso por causa de ou do ou da. É que isto, dito assim, soa a proibição, soa a gente que é mandada, que não tem voz na matéria que lhe mais diz respeito - as suas acções. Tenho francamente mais respeito, corrijo, tenho todo o respeito, pelas pessoas que dizem: eu gostaria de fazê-lo mas escolho não fazer (porque assumo limitações ou porque tenho outras prioridades). A diferença é, tão só, toda. Como a diferença que existe entre a horizontalidade e a verticalidade.
Os outros são casos tristes, com recuperação sine die. Gente que, decididamente, não quer crescer.

Anjinhos destes? A descartar.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Com Troll


Creio que está na nossa natureza, mais limitada pelo medo do que movida pela esperança, por via de reduzirmos o mal que nos possa acontecer e de aumentar o proveito que possamos tirar das situações, tentar ter controle sobre o que nos rodeia. Os cérebros mais analíticos constroem modelos que exprimem o desfecho em função de um conjunto de variáveis que se presumem completamente controladas. O que sobra, a diferença entre o que o modelo vai prevendo e os desfechos que se vão sucedendo, é o mal amado erro. Vamos na senda do melhor modelo, daquele que cumpre o seu desígnio de preditor acurado, que não comete erros, que pouco deixa nas mãos do acaso.

No desejo do conhecimento antecipado do desfecho e da eliminação da possibilidade de erro, substituimos a esperança por expectativa e saímo-nos, a maioria das vezes, mal.

Pois... acreditar que é possível controlar tudo é coisa de troll.
Ah! Outra coisa: cérebros analíticos e modelo são fruto de deformação profissional. Substituam-se por Chicos espertos e esquema, trama ou ardil, respectivamente, e fica a ideia universal apesar de dar tudo mais ou menos no mesmo - o tiro no pé. Ou os burros n'água, já que não há duas sem três e já havia burros em dois posts recentes.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Síndroma de carpa dourada


Cada um tem aquilo que o puxa. A mim calhou ser o rio.

Hoje almocei à sua beira, olhando as tainhas. Nadam ora em pequenos grupos ora sós nas águas de brilho nacarado do óleo dos motores e tantas vezes opacas do que Lisboa ainda despeja no Tejo. Junto às docas, entre os veleiros, onde a água do rio reflecte o azul do céu, fazem piruetas quase ao jeito da Esther Williams e têm um ar alegre, de quem está de bem com a vida.
Pouco se pesca tainha, quase sempre por diversão. No anzol vão só as mais tontinhas, as que se julgam promovidas a carpas douradas.

As tainhas são do rio, mas não é preciso lá ir para ver disto.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Até que (o fim d)a cegueira nos separe


O Bagaço Amarelo escreveu isto:

"Hoje os meus olhos começaram a arder de um momento para o outro e deixei de ver durante largos minutos. Estava na estação de Campanhã, no Porto, e senti-me imediatamente perdido. Um homem deu-me o braço para me conduzir até à farmácia mais próxima, não muito longe dali mas difícil de atingir quando não se vê nada.A sensação de desconforto e desamparo é enorme quando as coisas surgem assim sem aviso, mas bastou-me ouvir uma voz com disponibilidade para me ajudar que me senti logo mais calmo. Acho que há qualquer coisa disto no amor entre duas pessoas. Tentamos ter alguém para não nos sentirmos assim perdidos. O amor não é inútil."


Ao estilo do Bagaço:

Ela: Estou contente que tenhas decidido fazer as obras. Valeu bem a pena termos gasto nisto as nossas férias.
Ele: É verdade. Sem ti teria desistido de aplicar o chão flutuante. És boa nisto.
Ela: Obrigada. (...) Quero pintar um quarto lá em casa. Acompanhas-me?
Ele: Sim...

No dia das pinturas em casa dela:
Ele: Se querias que eu pintasse porque é que estás com o rolo na mão?
Ela: Porque quero que façamos isto os dois.
Ele: Mas se sabes fazer, não estou aqui a fazer nada.
Ela: Estás. Estamos a fazer isto juntos.
Ele: Só vim porque pensei que não eras capaz de pintar, mas afinal é pior - consegues, mas o que não queres é estar sozinha. Pensei que eras autónoma mas enganei-me, és igual às outras.

O Ela fui eu. Ceguei naquele momento, nunca mais o vi com os mesmos olhos - os meus.
Ou isso, ou abri os olhitos...