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sábado, 28 de janeiro de 2012

Não é nada disso

E, muitas das vezes, não é realmente.
Tenho cá para mim que me magoo muito mais pela leitura que faço do que me dizem do que pela real intenção de quem falou.

[é tempo de mudar]

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

É contigo

Sim, contigo. Não contigo sendo tu o outro, mas contigo mesmo. É a ti que compete ser, para ti mesmo, toda esta alegria, esta vontade de sorrir, esta força. Senão não serás mais do que um fardo nos ombros de alguém. De alguém que, mesmo que agora veja peixes verdes nos teus olhos, cederá ao cansaço de te fazer feliz.
O recado é só um: Basta-te.

[É que o bolo de que se gosta não é aquele que precisa que lá coloquemos a cereja. É aquele que já a traz. If you know what I mean.]

segunda-feira, 23 de maio de 2011

P'ra escrever 500 vezes...



... até que aprenda, e aprenda a calar-me. Calar-me num silêncio que não seja mordaça, mas paz. Por não ser preciso lembrar, nem bradar ao vento. Por ser sabido, respirado e vivido sem margem para dúvidas.

"A admiração exalta, o amor é mudo"
[diz, tão bem, o povo]

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Breathe in deeply...

... and shush, stay. Firmly and quiet.
O amor é, de facto, feito de calma, paciência e da capacidade de respirar fundo e entender, mais do que daquilo que o outro precisa, do que não lhe faz, mesmo, faltinha nenhuma naquele momento. É feito também de constância, de concentração naquilo que realmente importa, quando à nossa volta tudo se agita.

[E é tudo possível. Garanto.]

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Isto...

... e o sentimento de redenção que nos [me] chega pelo trabalho. O braçal, sobretudo. Ao serviço de outrem, por um bem que não é directamente o nosso. Sem fazer alarde [a não ser cá dentro].

A simplicidade é a coisa mais complexa que existe. Porque exige que se conheça a complicação para se saber que é desnecessária; que se chegue ao excesso para saber reconhecê-lo; que sejamos egoístas até percebermos que nos isola; que acumulemos até nos sentirmos sufocados. Um dia acordamos e decidimos que muito do que temos feito está errado e que é tempo de mudar. Livramo-nos de um bocado de cada uma destas coisas e achamos que vamos no bom caminho. Mentira. Apenas arranjámos mais espaço, mais espaço para coisas novas.
É preciso fazer muito mais. Cá dentro. É preciso aprender a paciência e o valor do tempo; que o valor real de cada objecto, ao contrário do que tantas vezes pensamos, é inversamente proporcional ao seu preço, porque o que pagamos é o cativeiro.
De todos, os exercícios mais difíceis são o da dádiva e o da gratidão. O primeiro, porque só começa verdadeiramente quando dói e não quando se dá aquilo de que se não precisa, e o segundo porque exige que o centro do mundo se desvie do nosso umbigo.

[por cá estamos com dificuldades; todos sabemos como é difícil alterar o eixo de rotação dum planeta, não é?]


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

2011

É só isto.

É muito, eu sei.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

The bottom line. And the top as well.



É isto, sem tirar nem pôr. Não só é a única coisa que no fim de contas interessa como é aí que todas as contas começam. Quem não se ama o suficiente (eu disse amar, não confundir com ser mimado ou caprichoso, o centro das atenções) fica à espera que os outros o amem e lhe supram as faltas. Guess what? Esse dia não chegará nunca. Apenas uma ténue ilusão dele. Na melhor das hipóteses.

I do known what I am talking about.

sábado, 13 de novembro de 2010

Al(l)one


Não me lembro de coisa que me tenha custado mais a aprender do que a estar só. A mim, que até gosto de silêncio. Tanto. Quando se gosta de silêncio, cada som é escutado e tem significado, é como se tivesse corpo e ocupasse espaço. Por isso, o silêncio de quem se queria ouvir é como se fosse anti-matéria, um buraco negro, e o que se tem cá dentro é vácuo. Mas passa. Aos poucos reaprende-se a respirar profundamente, alargam-se os pulmões, e o ar que entra, sai, circula e nos oxigena é o nosso. Aprendemos a ser a nossa melhor companhia. O silêncio volta a ser bem vindo, volta-se a ser inteiro. Alone mas all one. É tudo uma questão de tempo e de vontade.

Mas muito mais da segunda que do primeiro.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Pecado mortal. Um deles.

Respiro. Fundo. Aprendi que a inspiração profunda e lenta, seguida da expiração ainda mais profunda e mais lenta liberta. Vão-se os humores maus.
Mentiria se dissesse que nada me mói. Mói. Mói e dói. Mas passa. E passa cada vez mais depressa porque, afinal, é a mim que compete decidir o que me ocupa e ao que me dedico. E aqui, eu escolho o que realmente importa, escolho aquilo a que chamo bem, e que é o que me acrescenta e àqueles que amo. Em felicidade.
Veio isto a propósito de uma chazada azeda e um tanto raivosa que recebi de quem quis ser tido como especial ditando regras, decidindo o que quer receber, julgando que a sua simples presença já seria motivo de gáudio e gratidão eterna aos céus. Alguém que não percebe, ainda que dito de forma clara, tão clara como um Não pode ser, que na vida das pessoas não temos o lugar que queremos mas aquele que conquistamos. Alguém que não percebe que o amor não se impõe. Pior, alguém que não entende que ao amor não se acena com promessas de vida confortável e desafogada. O amor acontece. Ou não. Apenas. E se não acontece, paciência. Aí, ou se conserva a amizade ou, se não se conseguir, porque não se ser querido por quem queremos custa muito (been there, got the t-shirt to prove it), afastamo-nos. E voltamos à vida, que é tão breve e tão preciosa para ser desperdiçada.
O que não concebo nem aceito é que quem sempre foi clara, quem sempre disse Não esperes isso de mim, passe, no momento em que por fim se faz luz, de bestial a besta. Por isso, amiguinho, faz agora comigo, sim? Breathe in, slowly, deeply... E agora... breathe out, even more slowly...
É que a raiva é constritora e mata lentamente quem não sabe lidar com ela, tá?

Para além de ser pecado. Mortal. Mesmo. Está provado.

domingo, 24 de outubro de 2010

pre

Fiz arroz de passas.
Com canela.
Deliciosamente surpreendente.

Veio isto a propósito do preconceito, de pensarmos que as coisas estão moldadas para se encaixarem numas e não noutras. Que a canela encaixa no arroz, se for arroz doce. Não é verdade.
Preconceito é o conceito formado prematuramente, antes de maturado. A evitar sob pena de perdermos cores e sabores novos. No prato e na vida.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

E esta?


Até há dias estava convencida que tinha na guelra sangue latino, daquele que nos puxa para o tudo ou nada, para o amor ou o ódio, com choros, risos, rangeres de dentes, facas e alguidares pelo meio.
Mas não.
Afinal sou capaz de distinguir, gerir e guardar em compartimentos separados, bem separados, o desagrado e o reconhecimento do mérito de alguém de quem, tenho a certeza, não gosto nem gosta de mim.

Não sei se me espante, se me alegre ou se me aflija.
É que a vida sem um toque de novela mexicana tem menos, muito menos, piada.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

E-ner-gi-aaaaa!


Acordei tão, mas tão, bem disposta que acho que será desta que farei com um sorriso nos lábios e de forma diligente uma série de coisas chatas que tenho vindo a adiar. Isso e livrar-me de coisas de que não preciso e, porque não, dalgumas outras que quero que deixem de me fazer falta. Apetece-me desafogar a casa, a vista, a vida. Para que esta última seja mais simples e, por isso mesmo, mais apreciável.
Há em mim, bem cá dentro, um fervilhar. De vontade.

Sou feliz agora, sem ter alcançado tanto do que um dia julguei ser essencial. E eu, tola, que cheguei a pensar que este dia não chegaria!

domingo, 27 de dezembro de 2009

2009


Têm passado lentamente estes últimos dias do ano. O ar frio e húmido faz com que apeteçam ainda mais a casa aquecida, a luz suave das velas e o sossego.
Sabe-me bem que o ano esteja a terminar. Sinto que está na altura de fazer um balanço, renovar energias e perspectivar. Tenho vindo a rever 2009 e estou contente, foi o melhor dos últimos anos. Não porque tenha sido fácil nem porque não tenham existido contrariedades, tristezas ou reveses. Bom porque todos foram enfrentados, porque cada dificuldade se tornou numa oportunidade. Bom porque os momentos que passei só, e que foram muitos, evoluíram da solidão triste para momentos em que estive na melhor das companhias - a minha. Bom porque passei a gostar de uma forma diferente dos que me são próximos, de uma forma que é, descobri, gostar mais. Porque espero deles muito menos, porque neles projecto muito menos as minhas faltas e as minhas necessidades. Gosto deles porque gosto, pelo que são e não pelo que fazem por mim. Bom pelo sorriso que se instalou e que agora nasce do peito e me deixa com a certeza que toda a tempestade é seguida de bonança. Bom porque me rio do meu mau humor, porque cada vez que praguejo (e sei fazê-lo tão bem) acabo escangalhada de riso ao ouvir tanto disparate. Bom porque aprendi a relativizar. Um bocadinho mais. Bom porque querer e fazer andaram de mãos dadas comigo.
Bom, sobretudo, porque a minha família esteve presente e unida. Incondicionalmente.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Sei que é tempo de parar


... quando meto os pés pelas mãos e deixo de conseguir fazer tudo tão bem como quero, como gosto e como penso que tanto eu como os outros merecemos.
Dizer sim a todas as solicitações, cometer atropelos de agenda e querer estar em dois lados ao mesmo tempo, porque nos dois lados há coisas que quero fazer e pessoas com quem quero estar, não é, de todo, uma atitude inteligente.
Vou fechar para balanço. Amanhã é outro dia.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Pés à parede. Doucement.


Hoje não foi, de todo, um dia que devesse passar em branco. Estou contente comigo - aguentei-me na derrapagem, não fui ao chão.
É difícil lidar com a força centrífuga- tira-nos de nós. Pior, esmaga-nos o coração contra as costelas. E isso dói, muito. Mas hoje não. Pus pés à parede, tout doucement. Porque a doçura, principalmente a que experimentamos connosco mesmos, é a que tem mais chance de crescer, transbordar e chegar a tudo o que fazemos. Chamei-me de lado e disse, tra me e me, baixinho, menina, então? recompõe-te! Beijei o braço, cá perto do ombro, como fazia a miúda mais crescida e disse, como ela dizia, gosto muito dos meus bracinhos. De volta, recebi um abraço. Aquele que melhor me faz.

Saber pôr os pés à parede, tout doucement, sem ser a pontapé nem fazer alarde, é um exercício que se recomenda. É saber dizer não, a nós mesmos e aos outros, no momento certo, da forma certa, pela razão certa e, claro está, à pessoa certa. Exige que não nos deixemos levar pelo calor da emoção momentânea, da raiva sobretudo, que nos leva a reacções exageradas. E tal pode começar com uma coisa tão simples como contar até dez devagarinho.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Just... do it!


Às oito e meia da noite o ar ainda estava quente e pesado. Respirei fundo e comecei, angustiada. Depois da escadaria foi mais fácil acertar o passo e depressa cheguei ao entroncamento perto do rio. Tomei a direita.
Apeteciam-me as luzes de Lisboa ao fundo, o Cristo Rei iluminado (mesmo que de costas para mim) e as luzes da ponte qual cidadela de um navio. De um navio daqueles que partem para longe e deixam saudades na ponta de lenços brancos agitados do cais. E eu, que já tive saudades sem ter partido e até de viagens que não fiz, sonho com um navio, com uma partida a sério e com saudades que doam mais do que estas todas que já senti para que possa sossegar e dizer, daquelas, não-foi-nada-afinal.
A boca seca fez-me descer os olhos do horizonte e procurar a frescura da água do rio, mesmo ali ao lado. Nada. Nem uma brisa, apenas o ar húmido a tornar-se pastoso como o fundo do rio na maré baixa. Sorri-lhe ao achar outra vez que temos mais em comum - a exuberância da maré alta e o lodo na maré baixa.
A sazonalidade dos estados tranquiliza-me. Sei que a frustração é um sentimento passageiro, como sei do que preciso nessas ocasiões. De correr, de me superar de alguma forma. Propus-me a dobrar a distância que de vez em quando faço, oito quilómetros em vez de quatro. Aí não há espaço nem tempo para manias nem auto-comiseração. Ou me concentro na respiração e na cadência ou desisto. Concentrei-me.
Regressei em paz comigo, uma paz suada, trazida a pulso lá do fundo de mim que é como o leito do rio - onde ficam as marcas das águas que passam e não voltam. As pessoas, como os rios, conhecem-se quando se lhes conhece o fundo. Na maré baixa. Estejamos ou não preparados para sentir o desconforto do lodo, a verdade é que é no fundo que assentam os pés. Tudo o resto vai à deriva, ao sabor da corrente.

É hoje, já hoje, que vou ter um dia melhor.

Inspirar


Leio por vezes, pela manhã, coisas que me deixam inspirada. Não por serem cor-de-rosa ou contarem histórias de Cinderelas mas por serem, pelo contrário, espelho do que vai por dentro de alguém. Porque há quem não consiga deixar preso dentro de si o que sente. Gente que expurga a mágoa, que se rejubila com o bom e tem, acredito, esperança, mesmo quando o nega. Ou não estaria a dizê-la. Quando se desiste é o silêncio que impera, não a voz, num sussuro que seja. Não sei em que têm esperança. Naturalmente. Porque a esperança não se projecta. Tem-se. Ao contrário da expectativa, que é carregar os ombros dos outros com as dificuldades que vão connosco.
Li, esta manhã, enquanto tomava café e o ar fresco subia do rio, coisas que me inspiraram. A repensar outra e outra vez no que sou e no que faço. A reequilibrar o que desejo e o que espero. Para mim e de mim. Apenas.

Inspiração deve ser isso mesmo, enchermos os pulmões e a alma de ar novo.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

DIY sempre? Não.

O gosto pelo porquê, pelo como se faz e pelo como funciona andam comigo desde que me conheço e, dos presentes que o meu pai me deu, recordo que recebi com especial entusiasmo um busca-pólos e um alicate para escariar fios.
Por cá, no último mês as avarias têm-se sucedido e foi altura de deitar mão à caixa de ferramentas. No início houve um misto de raiva e impotência. A primeira porque me vi sózinha, porque achei injusto não haver um par de braços logo aqui com os meus e um sorriso cúmplice a dizer-me vamos a isto, somos capazes, e a segunda porque apesar de saber como se faz me falta força. Aquela força de pulso necessária para abrir tampas, desatarrachar e, no final, dar aquele aperto.
As modestas conquistas que me encheram de confiança, para além da questão da máquina da roupa, são:
1- a substituição da canalização que alimenta a misturadora da cozinha - comprei bichas e borrachas, sózinha, tudo certinho à primeira sem precisar de instruções. Instalei tudo mas, claro, tive de pedir ajuda para o aperto final mas ficou tudo fantástico, não cai uma pinga!
2- diagnóstico do problema do carro- estou apeada, é certo, mas quando disse (entusiasmada) na oficina o que achava que passava o técnico só se ria e dizia é isso mesmo, mais umas achegas a chamar as coisas pelos nomes. Apetecia-me ter lá ficado, ver o carro subir no elevador e aprender a desmontar aquela coisa. Continuo apeada.
3- fabriquei uma peça para o pisca traseiro da scooter da miúda mais pequena - os casquilhos das lâmpadas de baioneta têm uma mola e um disco que mantêm a base da lâmpada em contacto com o resto do sistema (sei lá como se chamam estas coisas!). Solução a la McGyver, a mola saíu duma caneta que fazia publicidade à universidade que fica do outro lado da minha e o disco fi-lo a partir da tampa duma garrafa de água. Pelo caminho foi preciso desmontar os plásticos quase todos da scooter e voltar a montar tudo, com algumas falhas no respeito ao first out last in por distracção. Trabalho de equipa de pai e filha, os dois na garagem quase toda a tarde como quando me ensinou quase tudo o que sei sobre electricidade.

Porquê escrever isto, que provavelmente qualquer pessoa também faria? Porque tem a ver com dificuldades internas, barreiras, insegurança e uma necessidade de auto-demonstração de capacidade. Porque detesto chamar por socorro antes de tentar resolver as dificuldades. Mas, sobretudo, porque ontem estiveram, pai e filha, próximos, muito próximos. Porque o amor e os laços que unem mais fortemente os seres humanos são aqueles que se criam quando se empenham conjuntamente para vencer dificuldades. Porque a minha zanga por me sentir só tem pouca razão de ser. E também para voltar aqui daqui a uns tempos, quando estiver zangada e disser que não quero que se cheguem a mim, que sou bem capaz de resolver tudo sozinha, que tenho de ter presente que as dificuldades são oportunidades. Não só de aprender mais alguma coisa mas também de reforçar laços.

Na minha mala de ferramentas falta, entre muitas outras coisas, um conjunto de chaves de bocas.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Ano Novo


Desde que me lembro de haver um dia no ano com significado de começo, tal dia sempre foi por esta altura - Setembro.
E assim foi desta feita, entrei hoje num ano que não é o mesmo do dia de ontem. Planos? Muitos. Muita vontade também, de fazer e ser melhor que se resume em ser mais simples, mais organizada, menos preguiçosa.
Teoria.
Como sempre, teoria. Há coisas que mudam devagar, haja paciência. A mim calhou ter a mania das teorias, o que é pena já que há coisas tão melhores.
Talvez deva dizer a verdade e confessar que vim aqui porque é dia 1 de Setembro, porque hoje entrei oficialmente em sabática. Porque tenho medo de desperdiçar um ano com tolices e não produzir algo de jeito. De forma que comecei bem, trabalhei dedicadamente e vim cá marcar o ponto para que mais tarde possa provar que comecei no dia um. Está feito.
Agora o que trago comigo e me faz feliz.
O Verão foi bom e eu fui boa comigo. Dei-me tempo, concedi-me descanso. Desliguei o computador, ignorei a agenda. Dormi.
Com água do mar lavei alma e coração e o sol aqueceu-me o peito como já não o sentia havia tanto.
Nós.
Abrimos os braços, respirámos fundo, treinámos a tolerância. De volta recebemos mais do mesmo. Rimo-nos do que tanta vez nos fez zangar e concordámos que há muito mais a unir-nos do que a separar-nos. Temos, agora, uma bicicleta de dois lugares. Pedalaremos ora tu, ora eu, ambas de preferência. O lugar é garantido.
Bom Ano Novo, mana!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Certeza


As lágrimas saltaram-lhe, rápidas. Não deixou que escorressem, olhou para mim com ar sério e disse Não foi para isto que estudei.
A notícia chegou na noite da véspera do dia marcado para a afixação das pautas com os resultados do exames. Disse-lhe uma amiga, que soube pela mãe, que soube por uma amiga. Passou-se um dia e não tivémos como saber se o passa-palavra nos tinha chegado sem erro, estávamos e continuámos todo o dia longe da escola. Confirmámo-lo no dia seguinte. Feitas as contas, está a três décimas da nota de entrada na escola que quer, no curso que quer, a julgar pelas estatísticas do ano passado e que valem o que valem- valem como referência.
Não lhe disse Deixa lá, nem Não faz mal, não fui capaz, não é isso que sinto. Não é para deixar lá e, sim, se me diz que faz mal é porque faz. Disse-lhe, antes, decide o que queres fazer e não te gastes a chorar, e repeti-lhe o amor, a admiração e o respeito que lhe tenho.
Na manhã seguinte voltou ao estudo, para se preparar para uma melhoria, o que vem fazendo desde que terminou os exames principais e que interrompeu apenas por dois dias para o merecido Delta Tejo. À hora de almoço disse-me Hoje vou a Santa Maria, vou ver a Faculdade. Foi. Voltou umas horas depois, de olhos brilhantes de entusiasmo. Contou-me que procurou pessoas e lugares e que encontrou respostas para o queria saber. Que a levaram a ver cérebros em frascos, a sala onde se apresentam os trabalhos e onde se fazem provas orais de anatomia e de diagnósticos de doenças, tudo cronometrado. Porque ser bom não chega, é preciso ser-se rápido também, disse-me num sorriso largo. Sim, disse-lhe, passa por aí a excelência - ter o conhecimento e ser capaz de mostrá-lo no momento em que é necessário.

Fixou-me nos olhos de sorriso aberto. Depois disse: Aquele é o curso que quero, aquela é a Escola que quero, é a minha faculdade, tenho a certeza.
A alternativa está, parece-me, posta de parte. Acho que perdemos uma MC.