quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Pés à parede. Doucement.


Hoje não foi, de todo, um dia que devesse passar em branco. Estou contente comigo - aguentei-me na derrapagem, não fui ao chão.
É difícil lidar com a força centrífuga- tira-nos de nós. Pior, esmaga-nos o coração contra as costelas. E isso dói, muito. Mas hoje não. Pus pés à parede, tout doucement. Porque a doçura, principalmente a que experimentamos connosco mesmos, é a que tem mais chance de crescer, transbordar e chegar a tudo o que fazemos. Chamei-me de lado e disse, tra me e me, baixinho, menina, então? recompõe-te! Beijei o braço, cá perto do ombro, como fazia a miúda mais crescida e disse, como ela dizia, gosto muito dos meus bracinhos. De volta, recebi um abraço. Aquele que melhor me faz.

Saber pôr os pés à parede, tout doucement, sem ser a pontapé nem fazer alarde, é um exercício que se recomenda. É saber dizer não, a nós mesmos e aos outros, no momento certo, da forma certa, pela razão certa e, claro está, à pessoa certa. Exige que não nos deixemos levar pelo calor da emoção momentânea, da raiva sobretudo, que nos leva a reacções exageradas. E tal pode começar com uma coisa tão simples como contar até dez devagarinho.

Sem comentários: