domingo, 4 de outubro de 2009

Escolhas?


Vi-as sentadas à beira da estrada, uma após outra, à sombra dos pinheiros. Ambas numa espera displicente, própria de quem não quer o que espera que venha. Eram as duas miúdas, garotas de rosto fresco, quem sabe da idade das minhas filhas, feitas mulheres. Mulheres de vida fácil, como sairá da boca de gente que só pode não saber o que diz.
E eu, cada vez que vejo isto, sinto que sufoco. Depois passa-me, porque na minha pequenez todas as dores alheias se desvanecem. Passa-me a dor e fico só a sentir-me em falta. Porque dia após dia, não importa quanto faça, estarei sempre dando menos do que recebi- a possibilidade de escolher. De facto.

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