terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

E os dois serão um só

O que era para ser apenas uma resposta transforma-se num post, só porque de repente esta coisa não me deixa comentar. Eu não consigo comentar no meu próprio blogue. Ok, muda-se o formato, mantém-se o conteúdo, ou seja, a mensagem. E é o que importa, afinal. Veio a propósito do post anterior e do comentário a ele. Foi o seguinte:

Ao fim do dia, se por algum motivo nos afastámos ou perdemos, deve bastar-nos voltar para nós próprios. E permitir-nos sorrir-nos ao abrir a porta e com sorrisos, e risos também, "acender as luzes no horizonte à medida que a noite cai".

Ao que quero responder dizendo

Na mouche, mana. Era essa mesma a mensagem. É preciso saber estar sozinho para se poder ser boa companhia para outrem. Voltar para alguém por não se saber estar só ou, pior, para se fugir da própria companhia, é uma maldade. Para o próprio e para o outro. Sobretudo se este outro se julgar amado quando não é, afinal, mais do que (um mal) necessário.

Ia rematar por aqui, numa repetição do exercício de tudo-ou-nada, um tanto radical, que tantas vezes faço, quando achei que devia ser mais realista. Senti-me na obrigação de dizer o que falta da verdade, que aqueles dois casos acima não são o que mais acontece. Na vida real, o mais comum, mesmo, é ser nem uma coisa nem outra. Ou seja, nem se volta porque se quer para quem se quer e que quer o mesmo, nem se volta para um mal menor, que nem por isso se quer, e que anda iludido julgando-se querido. Não.

O mais comum, mesmo, é termos dois actores, em sincronia, bem (in)conscientes, actuando na mesma farsa.