domingo, 6 de fevereiro de 2011

Isto...

... e o sentimento de redenção que nos [me] chega pelo trabalho. O braçal, sobretudo. Ao serviço de outrem, por um bem que não é directamente o nosso. Sem fazer alarde [a não ser cá dentro].

A simplicidade é a coisa mais complexa que existe. Porque exige que se conheça a complicação para se saber que é desnecessária; que se chegue ao excesso para saber reconhecê-lo; que sejamos egoístas até percebermos que nos isola; que acumulemos até nos sentirmos sufocados. Um dia acordamos e decidimos que muito do que temos feito está errado e que é tempo de mudar. Livramo-nos de um bocado de cada uma destas coisas e achamos que vamos no bom caminho. Mentira. Apenas arranjámos mais espaço, mais espaço para coisas novas.
É preciso fazer muito mais. Cá dentro. É preciso aprender a paciência e o valor do tempo; que o valor real de cada objecto, ao contrário do que tantas vezes pensamos, é inversamente proporcional ao seu preço, porque o que pagamos é o cativeiro.
De todos, os exercícios mais difíceis são o da dádiva e o da gratidão. O primeiro, porque só começa verdadeiramente quando dói e não quando se dá aquilo de que se não precisa, e o segundo porque exige que o centro do mundo se desvie do nosso umbigo.

[por cá estamos com dificuldades; todos sabemos como é difícil alterar o eixo de rotação dum planeta, não é?]


2 comentários:

José disse...

O sismo do Chile alterou o eixo de rotação da Terra, pode ser que entretanto passe um sismozito perto desse umbigo...;)

Alexandra disse...

Obrigada, mana.