quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Should I stay or should I go?


Já me aconteceu, já disse não vás, não me deixes. Já pedi para ficar, já pedi que ficassem. E depois disso já me disse que nunca mais.
Não peço mais. Acho, até um dia, sei lá. Porque o futuro é, felizmente, incerto. Mas para já é como digo, não peço. E é assim, tanto, que no outro dia dei por mim a dizer, a escrever aliás, porque sombra de dúvida nisso não me resta, que não faço fretes. Se gosto fico, senão gosto bye bye. Excepto quando se trata daqueles que são os meus. Os meus-meus de sempre, aqueles de quem vim, aquelas que pus no mundo e os meus irmãos. Estes são aqueles por quem me viro do avesso, por quem dou passos à frente e atrás. E ao lado também.
Difícil é a indecisão, um pé cá um pé lá, a dúvida entre o ficar e a partida. Esta tem de ser pensada, sentida e resolvida sob pena de vivermos na angústia própria das meias-verdades.
Lembrei-me disto, que foi das coisas que aprendi a maior custo, a propósito de uma reacção ao meu até sempre do post anterior. Bateu cá dentro o Saudades tuas (...) faz-me falta ler-te. Por isso, e porque me faz falta escrever-te, estou assim, não sei se vá, não sei se fique.

Tenho cá para mim que meia verdade é como meio buraco. Não existe.

9 comentários:

Alexandra disse...

Não faças fretes. Como nunca fiz frete, sempre que te carreguei no assento de trás da minha bicicleta. Fretes é que não (ai, ai!) :P

Mesmo que vás, nunca partes. Estás sempre aqui inteira, na parte que te pertenceu sempre.

Mutante disse...

Pois não, nada de fretes. Ou não teria aqui voltado. Nada aqui foi escrito à pressão, por sentido de dever ou para agradar.
Mas tenho a dúvida instalada. A da utilidade disto e a necessidade de ver se, passado um ano, houve evolução, ou se isto não passou de bater na mesma tecla. Quero saber se não será tempo de chamar-me de lado e dizer-me Então, vê se cresces! E para isso preciso de parar. Isto é um lado.
O outro, é o que me puxa para aqui, pelo bem que me faz ir escrevinhando.

Fretes não faço, nem a mim mesma.
Quanto a nós, disseste-o tu: estamos juntas onde quer quer cada uma esteja.

edu disse...

Ameiga-se-me a razão com as tuas prosas puras, ternas e embevecedoras. E ler-te faz-me falta muitas vezes. Afinal és a única pessoa que "conheço" que conheceu o Manuel da Fonseca. :P

Ainda que me sinta de certa forma defraudado se decidires desarvorar de vez, faço minhas as palavras do comentário anterior: "Mesmo que vás, nunca partes. Estás sempre inteira", na parte do Terra Ruim que te pertence. :)

Alexandra disse...

Mas quem é suficientemente crescido para te puxar de lado e dizer tal coisa? Não estão aqui - e por todo o lado onde tens obra feita (e quando digo "obra" refiro-me a amor e dedicação - as provas? Se tens dúvidas quanto a isso, eu não.

Mutante disse...

Ai eu, ai eu! Deve ser a crise dos 40...
Esse puxar de lado e perguntar é coisa minha. O que quero saber é o que mudou num ano, que se passou com quem chegou aqui há um ano (menos 10 dias) a anunciar Mudando o que deve ser mudado.

E desarvorar de vez... não me parece!

Alexandra disse...

Eu sei o que mudou. E não foi num ano nem será em dois. E parar de mudar o que precisa de ser mudado é uma tarefa contínua, não impossível. Nem os congelados se mantêm inalterados. E este blogue também é cor-de-rosa...

Anónimo disse...

Gosto muito das pessoas que são capazes de mostrar-se, que são genuínas.Tu és uma dessas pessoas. Verdadeira, doce, a tentar ser feliz.
Vives a tua vida com responsabilidade, amor e respeito pelos outros e conservas o melhor da infância. Sonho, imaginação, paixão, entrega, espontaneidade, urgência, fragilidade.
Gosto de ler o que escreves. Faz-me sentir, pensar, rir e chorar (depende...!)
Acho que vamos sempre caminhando, aprendendo, evoluindo e crescendo ... mesmo que não consigamos "medir" essa evolução (nem tudo é matemática).
Marta

Alexandra disse...

Reli o meu comentário :) e concluo que a partir da meia-noite fico pior do que sou. O que está a fazer lá "parar de"? Corta. O resto deixa tal e qual. E aproveito para mandar uns beijinhos e abraços. Bem-vinda aos quarenta (e pouquíssimos) :P

Anónimo disse...

"You should stay"... bem haja quem sente vontade de te ler (o que escreves penso eu...) e que te fez "stayar"... também eu te gosto de ler (o que escreves) e faz-me sentir saudades perspectivar o teu "go"... tanto "stay" and "go" que deu saudades...
http://www.youtube.com/watch?v=0Ag8J2NMYmc