quarta-feira, 27 de maio de 2009

Velho, rapaz ou burro?


Se há coisa para que servem as histórias que nos foram contadas na infância é para que no nosso subconsciente permaneça a lição. Ou não.

Há já alguns dias que deixei de ver pelas ruas o outdoor em que um candidato às europeias aparecia de braços cruzados, numa pose que permitia adivinhar-lhe qualquer vontade menos a de fazer aquilo que de um representante eleito se espera. Não foi pelo que eu disse aqui, certamente, que o outdoor foi substituído por outro, também com a fotografia do candidato. Corte-se o mal pela raíz, zero de body language, e aparece-lhe apenas o rosto. Mas foi a vontade de fazer bem longe demais e, antes que se levantassem vozes a criticar a franja demasiado betinha do candidato , zapt!, ei-lo cortado logo acima do sobrolho.
Fez-me lembrar a história d'O velho, o rapaz e o burro, em que, na ânsia de calarem as vozes alheias, vão, tais cata-ventos, andando ao sabor dos palpites que lhes lançam. A equipa da campanha, não querendo passar pela fase intermédia das críticas em que se mandaria o candidato cortar o cabelo, apressou-se a passar à fase em que o velho e o rapaz resolvem levar o burro às costas.

Parece-me o caso votado ao fracasso pois se a mensagem que passam não for a de que ainda não perceberam que a consulta da própria consciência e o bom senso, também próprio, são essenciais, será a de que se se portam tais cata-ventos, então são demasiado velhos, demasiados jovens ou demasiado burros para nos representarem.

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