quarta-feira, 22 de abril de 2009

Bondade


Faz-nos bem ao ego termo-nos como bons. Consola-nos das nossas fraquezas e serve como indulto para as maldades que fazemos. Essa bondade sai a custo e o que sentimos na verdade é alívio, mais do que alegria, ou mesmo nada, quando fazemos algo que classificamos de um acto bondoso. Somos bonzinhos.

Durante muito tempo achei-me bondosa, quando era apenas boazinha. Percebi a diferença no dia em que encontrei uma frase de Desmond Tutu que dizia mais ou menos isto:
"Não somos amados por sermos bons, somos bons por sermos amados".
Foi nessa altura que percebi que era uma boazinha amarga e entendi porque é que, afinal, a tal bondade por vezes me fazia sentir mal.
Deixei de ser boazinha, passei a ser boa comigo. Sem ser má, não sei se sou boa com os outros, não serei eu a dizê-lo, não me preocupa muito. Estou, ainda, muitos passos atrás a lamber as minhas próprias feridas.

Bondade não é sobre ser-se bonzinho, ser bonzinho é ser bombom. Bondade é ser herói, não é ser mártir. E ser herói, é emanar o amor que se recebe e nem sequer se dar por isso.

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