
Estive lá com a miúda mais pequena, que foi campeã dos achados mais estranhos: um lava-loiças, vários garrafões, quatro grades cheias de garrafas de vinho, tudo vazio claro está, e uma arca de madeira (sem tesouro). Tudo nas dunas, à beira mar. A praia estava pejada de caixas de esferovite, invólucros de bastonetes luminosos e restos de fio de pesca e anzóis deixados pelos pescadores, prontos a fisgar um calcanhar azarado. E garrafas de plástico às centenas. Fico-me por aqui na descrição, quem já foi à praia, a uma praia qualquer, sabe o que lá há.
Numa manhã, um grupo de várias dezenas de voluntários varreu a praia numa distância de 1,5 Km e apanhou lixo que deu para encher um camião.
Acho difícil não se gostar do mar, da praia, da areia dourada, dos tons de azul e verde do céu e do mar. Da brisa, do cheiro da maresia, do som do rebentamento das ondas, das dunas, das conchas, do sol na pele. E depois há estas coisas, que roçam o incompreensível - não se cuidar daquilo de que se gosta. É que quem suja é quem lá vai. Gente que vai à praia porque gosta. Têm razão os que dizem que a estupidez é um tema inesgotável - é que não tem limite.
Mas havia crianças a limpar a praia, muitas. E por isso, também, esperança.
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